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Geral - 08/10/2018 16:10:35

Alunos de Pindobas unem ciência e sustentabilidade na escola

Com orientação do professor, eles construíram um galinheiro sustentável e outras iniciativas estão em andamento dentro e fora da sala de aula

Chocadeira foi construída pelos próprios alunos com materiais reciclados - Arquivo Pessoal

 

A ciência, a educação e a sustentabilidade andam de mãos dadas na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental de Pindobas, a Emeief Pindobas, em Venda Nova do Imigrante. O colégio, da rede municipal de educação, desenvolve projetos que envolvem todos os alunos, das crianças aos pré-adolescentes. Com orientação do professor, eles construíram um galinheiro sustentável e outras iniciativas estão em andamento dentro e fora da sala de aula.

A construção do galinheiro foi uma forma envolvente de ensinar ciências para os estudantes. “A turma do sétimo ano tem uma disciplina sobre aves. Achamos que seria muito bom ensinar o assunto acompanhando o desenvolvimento desde o início”, relembra Victor de Angelo, professor de ciências.

 

Do ovo à ave adulta, os alunos acompanham cada passo - Arquivo Pessoal

 

Antes de chegar à fase adulta, no entanto, as aves precisavam ser cuidadas ainda na etapa de vida em que não passavam de ovos. Foi aí que surgiu o desafio de adquirir uma chocadeira, com preço de R$ 1.800 aproximadamente. Victor, a escola, os alunos e pais puseram as mãos na massa.

Tudo foi feito com o que estava à disposição e usando materiais reciclados. Raios da roda de uma moto fizeram as vezes de um dispositivo que faz a rolagem dos ovos para que sejam aquecidos por igual. Um cano de PVC funciona como puxador da porta da chocadeira, que, na verdade, é uma caixa de isopor adaptada. Apenas o controlador de temperatura foi comprado, mas não custou mais que R$ 40.

Pela ferramenta que eles mesmos construíram, os alunos já presenciaram o desenvolvimento de ovos de galinhas de várias espécies e também de gansas. Alguns dos animais vão para o galinheiro da escola, também construído com a participação dos estudantes. No cercado, estão cerca de 60 aves, a maioria de uma espécie comprada, por ser melhor para postura. Elas são alimentadas e cuidadas pelas próprias crianças e jovens.

Do galinheiro saem os ovos, que são chocados ou vendidos e os recursos aplicados na escola; e um importante material que é reaproveitado: o esterco das galinhas. O produto é utilizado como adubo na horta cultivada em conjunto pelas turmas que estudam na Emeief Pindobas. E é da mesma horta que saem as verduras para a merenda e, a sobra, para complementar a alimentação das aves no galinheiro.

 

Horta na própria escola é cultivada com adubo do galinheiro - Arquivo Pessoal

 

O processo de chocar, criar as galinhas, utilizar o esterco como adubo na horta e depois aproveitar as folhas como alimento para as aves é um ciclo que se sustenta e tem gerado bons resultados no ensino. “Os alunos demonstraram mais interesse. Participar dessas atividades é menos cansativo. O foco desse trabalho é despertar o gosto pela pesquisa”, comenta o professor Victor.

 

Envolvimento com a ciência

Mais do que promover a melhoria na qualidade da educação, os projetos desenvolvidos pela Emeief preparam as jovens mentes para o mundo da ciência e seus reflexos no dia-a-dia. Um dos trabalhos do colégio, chamado “Escola responsável é o caminho para a escola sustentável”, foi contemplado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).

 

Professor Victor mostra outro projeto, o registro em gesso das pegadas de animais que rondam a escola - Ascom/PMVNI

 

As duas instituições vão oferecer bolsas para o professor Victor Ângelo e sete alunos por um período de 12 meses para que eles desenvolvam o projeto contemplado, que envolve captação e reutilização de água das chuvas. “Os projetos desenvolvidos na escola combinam teoria e prática, o que concretiza o aprendizado verdadeiro. O ponto mais importante nesses trabalhos é que os alunos colocam as mãos na massa”, comenta o diretor da unidade, Cleumar Maretto.

Quando a educação ultrapassa a sala de aula, a curiosidade é despertada e alunos, professores, pais e todos os profissionais da escola saem ganhando. "São trabalhos e projetos como esse, desenvolvidos pela escola, que transmitem a verdadeira arte de ensinar. Iniciativas em que os alunos participam efetivamente da realização das ações definidas pelos professores, que, junto à equipe pedagógica, são agentes ativos e não espectadores. Assim se constrói uma educação de qualidade", comenta Fábio Altoé, secretário municipal de educação.

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